quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Crítica: O Pequeno Príncipe (2015)


                   


  Meus caríssimos leitores do blog Coleção em Ação, hoje teremos a crítica do filme "O Pequeno Príncipe", que entra em cartaz em circuito nacional no dia 20 deste mês de Agosto. Querem saber se o filme é bom? Então venham comigo nesta viagem até o menor planeta do universo



                                                              

  Antes de começarmos a crítica propriamente dita, gostaria de esclarecer alguns pontos importantes desta matéria. O blog Coleção em Ação tem tido a média de 300 visitas diárias, e isto sem a atualização constante do mesmo. Poderíamos publicar matérias diárias sem diferencial algum, como muitos sites e blogs tem feito na ávida busca por leitores. Não é o nosso caso, matérias exclusivas e com alma tem sido nosso diferencial. A publicação de material inédito na net tem sido o principal chamariz do "Coleção em Ação", então não esperem uma crítica convencional do filme "O Pequeno Príncipe", isso vocês encontrarão em milhares de sites e blogs espalhados pela net. Os que quiserem me acompanhar nesta aventura crítica, terão um relato único e verdadeiro. Talvez seja exatamente isso que precisamos no mundo tão preto e branco no qual vivemos, um pouco de tons de cinza, e por que não, mais cores, talvez o arco-íris inteiro.
                                                             

  O filme "O Pequeno Príncipe", cujo diretor é Mark Osborne, do magnífico Kung Fu Panda, tem sido aguardado ansiosamente pelos amantes da imortal obra de Saint-Exupery, e após anos de produção e um orçamento na casa dos 80 milhões de dólares, teve sua estréia marcada mundialmente para o mês de Outubro de 2015. Porém, após uma bem sucedida apresentação no festival de Cannes, teve sua exibição antecipada para o dia 08 de Agosto em alguns poucos cinemas e estréia nacional, como já dito antes, para o dia 20/08.

                                                                

  Resolvi conferir o filme na pré-estréia, e mesmo sozinho, me dirigi até um dos cinemas da minha cidade, que exibiria o filme em um horário pouco convencional, mas justo para uma pré exibição quase duas semanas antes da oficial. Ao chegar na bilheteria do cinema e após olhares desconfiados da atendente, comprei meu ingresso e passei no balcão de comidas, onde comprei um balde de pipoca tamanho infinito e um copo de refrigerante suco com líquido suficiente para inundar uma pequena cidade. Entrei na sala de exibição e procurei um lugar para sentar. A sala deveria ter lugar para umas 300 pessoas, porém apenas aproximadamente metade disto ocupava o local, em sua grande maioria casais. Acredito que muitos homens, inicialmente, estavam ali apenas para agradar suas companheiras. Mais tarde falarei destes mesmos homens que ali estavam. Agora vamos nos concentrar no filme.

                                                                  

  Após alguns trailers, propagandas de pousada e -pasmem- churrascaria, iniciou o filme do principezinho e sua tão estimada rosa. Eu já tinha lido o livro em duas oportunidades da minha vida. Durante o segundo grau e na faculdade de inglês, onde dolorosamente tive que traduzir um capítulo inteiro. Ou seja, já sabia de cor e salteado o que apareceria na tela. Ledo engano, o diretor Mark Osborne e sua trupe nos conduzem por uma faceta totalmente nova deste fantástico universo. A rosa, a raposa e o pequeno príncipe ainda estão ali. Porém a saga do principezinho é colocada, de maneira magistral, em segundo plano. Logo no início do filme, somos apresentados a pequena menina (isso mesmo, sem nomes) e seu triste mundo cinza. A pequena menina tem uma mãe controladora, que já traçou seu futuro inteiro, não deixando muito espaço para surpresas, sejam elas boas ou ruins. A mãe, com as melhores das intenções, afinal ela é uma mãe, acaba sufocando a pequena menina por anos, sempre confiante que está fazendo o melhor para sua filha. Como condená-la, sendo que é isso que os pais fazem de maneira consciente ou inconsciente, A vida segue, até que a menininha conhece seu vizinho, um velho aviador, que lhe conta a história de um pequeno príncipe e sua rosa. É ai que a magia acontece e o cinema nos faz crer que a vida vale a pena e pode sempre nos reservar algo de bom. O diretor Mark Osborne nos mostra o mundo do pequeno príncipe de forma magistral, mesclando técnicas de animação. A história do pequeno príncipe, da rosa e da raposa é mostrada em Stop Motion, técnica antiga em que peças de cera são animadas quadro a quadro. Enquanto a história da pequena menina e do velho aviador são mostradas em animações que nada devem as artes da Pixar. 

                                                                 

  "O essencial é invisível aos olhos", nunca antes uma frase do livro "O Pequeno Príncipe" fez tanto sentido. O filme nos mostra que o essencial não pode ser visto de maneira figurativa, afinal, de nada adianta ter um império, ou mesmo uma vida toda programa, como no caso da menina, se não existir o amor ou mesmo o imprevisto, o arriscar por assim  dizer. E o filme neste aspecto nos faz pensar que o amor muitas vezes está ali, na frente dos nossos olhos, mas nós, descrentes demais no dia-a-dia da vida, somos incapazes de enxergá-lo. Nesse aspecto o filme é impecável, entregando uma obra única, tanto para quem já leu o livro, quanto para quem apenas ouviu falar nas aventuras do principezinho. Misturando CGI com Stop Motion, o filme vai nos mostrando duas vertentes, a do príncipe e da rosa, narradas pelo aviador e a da menininha, vivida em tempo real, até que as duas se tornam uma única e inesquecível história. 
                                                                  

  No ato final, após a união dos eventos, o filme tem uma pequena falha de execução, que poderia ter sido resolvida com alguns meros 10 minutos a menos de história, o famoso "encher de linguiça". Nada que prejudique a obra e lhe tire as 5 estrelas merecidas.

                                                                   


  No aspecto visual e auditivo, o filme é impecável. Tanto CGI quanto Stop Motion são incríveis e únicas, nos fazendo amar os personagens. A fotografia é digna dos melhores filmes da Pixar e em muito lembra o emotivo UP!, um clássico das animações de todos os tempos. As músicas compostas por Hans Zimmer e Richard Harvey são encantadoras e sérias candidatas a compor as trilhas sonoras dos IPODs dos amantes dos filmes e das trilhas cinematográficas.

                                                                 


  Qual o meu veredito sobre "O Pequeno Príncipe"? Eu daria 5 estrelas, porém, não serei tão leviano. Esta obra do cinema, assim como o livro, é única. Cada telespectador terá um sentimento único ao assistí-lo, tal qual sua contraparte literária. Eu mesmo, ao entrar no cinema era uma pessoa, e ao final da exibição, era outra. O filme me mostrou que nada é tão inflexível que não possa ser quebrado, mas também me mostrou que podemos acreditar até o último minuto que a vida nos reserva muito mais do que esperamos. Lembram que falei que iria comentar sobre as contrapartes masculinas dos casais? Pois então, fiquei sentado em minha poltrona, apenas avaliando a saída de cada casal da sala. E pude ver que cada homem ali foi tocado pela história mostrada na tela. Era notável o carinho para com suas companheiras, talvez inspirados pela história do príncipe e da rosa. Eu, privilegiado por assistir o antes e depois dessa pequena obra cinematográfica, pude notar que a história do pequeno príncipe é realmente atemporal. Ao me levantar da cadeira, tendo à frente um casal apaixonado e inspirado pelo filme, de forma involuntária, acabei me lembrando do que uma pessoa me falou um dia, e que no momento discordei, que a história escrita por Saint-Exupery é universal e não de apenas um único casal. Após o filme, acabei concordando em partes, afinal é egoísmo demais achar que um único casal pode ser inspirado por tal obra. Mas também vi no olhar de cada casal, ao sair da sala de exibição, que para cada um ali, a obra é única e insubstituível, dando diferentes tons para cada vida que dali seguiria em diante.
                                                     
      
  Então caro leitor, seja você solitário ou acompanhado. Saiba que este filme irá lhe inspirar de alguma forma. Excelente nos quesitos técnicos e sonoros, um filme que faz você sair do cinema achando que o mundo tem o melhor a lhe oferecer e que vale à pena acreditar no impossível é no mínimo digno do Oscar de melhor animação ou mesmo filme do século. Mas quem sou eu para dar nota para algo que será único para cada pessoa. Assista com seus próprios olhos e tire suas próprias conclusões, mas já sabendo que a obra de Saint-Exupery é algo que transcenderá o tempo, seja nos livros ou no cinema.

                                                                 

  O Pequeno Príncipe estréia dia 20 de Agosto em todos os grandes cinemas nacionais.

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