domingo, 1 de maio de 2016

Crítica: Capitão América - Guerra Civil (Sem Spoilers)

  


E aí rapaziada que nunca separa uma briga, mas que chega dando voadora, a vida cinematográfica dos aficionados por super-heróis nunca esteve tão movimentada. Este que vos escreve folga em dizer que esta é a era de ouro do filão "heroístico" nos cinemas. E a comprovação disso foi a estreia de Capitão America: Guerra Civil, a cereja do bolo dos filmes da Marvel. Querem saber mais? Então acompanhem comigo no replay....


  Ok, ok, todo mundo já sabe que o universo cinematográfico da Marvel teve início em 2008, de maneira despretensiosa, com o filme do Homem de Ferro, até então herói de segundo escalão da editora. Heróis como Homem-Aranha, X-Men e Quarteto Fantástico, até então o supra sumo da tia Marvel, tinham sido cedidos anos antes para estúdios como Fox e Sony, para que a Marvel pudesse escapar da falência. O filme do ferroso ficou muito tempo na pré-produção e teve Tom Cruise como seu protagonista certo, até que o mesmo pulou fora do projeto. A película era considerada de risco, demorou a sair e quando saiu, surpreendeu o mundo ao mostrar um Tony Stark brilhantemente interpretado por Robert Downey Jr. até então uma aposta de risco, pois o seu passado não era dos melhores. Acontece que Robert Downey Jr. não foi apenas um Homem de Ferro perfeito, mas praticamente o alicerce de um universo cinematográfico que a Marvel continuou com o filme do Incrível Hulk. Vieram então heróis como Capitão América, Thor, Vingadores, Guardiões da Galáxia, Homem-Formiga e a expansão desse rico universo, com as séries urbanas da Netflix e dos agentes da Shield, Toda essa jornada teve seu clímax neste mês de Abril do ano de 2016, com a estreia do novo filme do bandeiroso mais querido da américa do mundo, que arrisco dizer, é o melhor filme da Marvel até o momento.

  Ah, Marvel sua linda, quando todos achamos que já nos tinha sido entregue tudo sobre o filme nos trailers, vem você e dá um tapa na cara da sociedade, com uma história que nos faz sentir as mais variadas emoções nas duas horas e meia de projeção. Capitão América: Guerra Civil é isso amigos, uma montanha-russa de sentimentos, com personagens e conflitos que nos fazem grudar na cadeira a todo momento.


   O plot do filme já é conhecido, as ações dos Vingadores pelo mundo, apesar de bem intencionadas, causam efeitos colaterais, com perdas de vidas e prejuízos incalculáveis. Sokovia e Nova York são os maiores exemplos. O que leva os governos e a ONU, representados pelo General Ross, a intervir perante os heróis, com uma proposta de regulamentação dos Vingadores, nas suas futuras ações. Isso gera um conflito de ideais, onde cada herói toma um lado. O grupo do Homem de Ferro acha melhor aceitar o tratado, pois isso lhes daria limites nas ações, enquanto o grupo do Capitão América defende que os vigilantes devem continuar agindo de forma independente e não sob os interesses de um grupo de pessoas. Em paralelo, temos um Bucky Barnes recém liberto do controle mental da Hydra, tendo que encarar as consequências de seus atos no passado sob a alcunha do Soldado Invernal. Junte isso as primeiras aparições do Homem-Aranha e do Pantera Negra, as manipulações do Barão Zemo e temos algo que poderia ter se tornado um samba de crioulo doido, mas que é conduzido de forma brilhante pelos Russo, diretores do filme. Os Russos mostram que são os mais indicados para conduzir a guerra infinita que se aproxima.


  Sobre o filme e seus personagens, podemos dizer que tudo está no lugar certo e que todos os heróis e coadjuvantes tem um por que de estar em cena. O grande destaque fica para o Homem-Formiga (Paul Rudd), Homem-Aranha (Tom Holland) e Pantera Negra (Chadwick Boseman). Enquanto os dois primeiros substituem magistralmente Tony Stark (Robert Downey Jr.) como alívio cômico, o Pantera Negra trás um tom dramático e a seriedade que o longa precisava. O Homem-Aranha interpretado por Tom Holland é sem dúvida o melhor dos Aranhas do cinema, pois nos mostra um Peter Parker em início de carreira e que transparece estar vibrando por estar entre os heróis mais antigos que o inspiraram a levar o legado das boas ações a diante. Falo de forma enfática que mal posso esperar por "Spiderman: Homecoming", o filme solo do herói em 2017. O Pantera Negra é outro que tem seu destaque merecido no filme, pois Chadwick Boseman interpreta um príncipe Tchalla com propriedade. As cenas de luta do herói também são de encher os olhos. Os irmãos Russo sabem dar o tom certo para cada um dos personagens que aparecem em tela, tendo mais ou menos importância. O filme continua sendo sobre o Capitão América (Chris Evans), pois este é o fio condutor da trama e demonstra estar cada vez mais confortável no papel do herói bandeiroso. Lembram que falei sobre Robert Downey Jr., o alicerce do universo cinematográfico da Marvel? Pois aqui o ator continua sendo praticamente uma força da natureza nos momentos em que aparece, trazendo um lado dramático do personagem, até então inédito na sua versão de carne e osso.


  Os efeitos especiais do filme seguem o padrão Marvel de ser e são muito bem empregados, principalmente na batalha do aeroporto, de longe um dos momentos mais "massavéio" dos filmes de super-heróis. Snyder e Joss Whedon, aprendam com os irmãos Russo, por favor! Já falei, mas vou repetir, os caras manjam dos paranauês.

  O vilão do filme, o Barão Zemo (Daniel Brühl), só empresta o nome de seu homônimo dos quadrinhos, mas isso é bom, pois dá ao personagem um ineditismo que muito contribui para o plot do filme. A motivação do vilão é a vingança e isso dá ao personagem a periculosidade necessária para colocar os Vingadores em risco, sendo seu maior algoz até o momento. A história, como minha namorada bem frisou, tem alguns furos de roteiro, mas que não atrapalham o bom desenrolar da trama.

  Como dito lá em cima, Guerra Civil além de ser o melhor filme da Marvel até o momento, também abre possibilidades únicas para que o universo Marvel nos cinemas tome caminhos surpreendentes. Como fãs, podemos apenas nos firmar na cadeira (ou sofá) e torcer para que Dr. Estranho, Vingadores: Guerra Infinita parte 1 e os demais filmes da fase 3 e 4 da Marvel, nos leve para caminhos que nunca antes imaginados pelos fãs das 7ª e 9ª artes.



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