Zerando a Vida (The Do-Over) é a mais nova empreitada da parceria entre Adam Sandler e a Netflix, o segundo de uma série de quatro filmes. Resta saber se Adam Sandler acertou dessa vez ou se entregou mais um filme no "piloto automático". Para saber mais, companhem comigo mais uma crítica aqui no Coleção em Ação!
"Dois caras azarados perdem todo seu dinheiro e
decidem fingir a própria morte para começar tudo de novo com outras identidades
e o dinheiro do seguro. No entanto, os novos nomes os colocam em apuros ainda
maiores do que enfrentavam antes."
Adam Sandler é um cara curioso e carismático. Já foi capaz de nos entregar excelentes filmes como Click (2006) e Como se Fosse a Primeira vez (2004), comédias românticas que acertaram em muito nas mensagens que quiseram passar. Já realizou até mesmo alguns dramas como Espanglês (2004) e Reine sobre Mim (2007), onde demonstrou que pode ser um ator versátil capaz de nos comover como poucos atores são capazes. Além disso é um excelente produtor e dublador. Infelizmente de uns anos para cá, Adam Sandler tem mais errado que acertado. Para cada Gente Grande (2010) e Esposa de Mentirinha (2011), tivemos inúmeros Jack e Jill (2012) e Zohan's (2008) da vida, filmes sem alma e que deixaram o espectador com cara de quem perdeu preciosas horas de sua vida. Apesar disso, Adam Sandler ainda tem um público cativo nos Estados Unidos e também no Brasil. Talvez por ser um cara legal, talvez por ter iniciado sua carreira de forma brilhante no programa Saturday Night Live ou mesmo por que a atual safra de comediantes não seja assim tão boa. O caso é que a Netflix acreditou na potencialidade do ator e fechou um contrato de exclusividade de quatro filmes, dando total liberdade para que Adam Sandler e sua Happy Madison Productions ousassem nos quatro vindouros filmes. O primeiro deles, Ridiculous Six (2015) foi uma bomba sem tamanho, mesmo assim foi um dos filmes mais assistidos do serviço de Streaming. Será que Adam Sandler e sua trupe conseguiram resultados melhores neste segundo filme? Saberemos agora.
Como a própria sinopse entrega, os dois caras azarados do longa são Max (Adam Sandler) e Charlie (David Spade), dois caras na meia idade que se reencontram em uma festa de antigos amigos do ensino médio. Charlie é o típico perdedor que se contenta com o pouco que a vida lhe deu, um casamento falido, um carro velho e um emprego que deixaria qualquer um deprimido. Max reaparece e diz que realizou seu sonho, tornando-se um agente do FBI. O reencontro entre os dois velhos amigos acaba em um final de semana de curtição abordo de um iate.
Tudo corre às mil maravilhas até que Max decide explodir o iate e implantar dois cadáveres, dando a possibilidade que os dois amigos reiniciem suas vidas sob novas identidades. Esse plot inicial nos leva a reviravoltas muito bem boladas e também a situações estapafúrdias, típicas desse tipo de filme. Não entrarei em detalhes sobre os detalhes dessas situações para não estragar a diversão de vocês ao assisti-la.
O que posso adiantar é que este filme está acima da média atual de Adam Sandler, relembrando os bons tempos do ator em filmes que nos prendiam na cadeira (ou sofá). O filme tem bastante ação, algo raro nos filmes de Sandler, mas também tem muitos valores legais, como amizade/amor acima de tudo e a importância de nunca desistir por pior que seja o obstáculo.
Como dito, o filme tem alguns furos de roteiro e alguma situações que beiram o nonsense. Adam Sandler entrega um papel um pouco acima da média, o que poderia não significar muito, olhando pelo prisma das suas últimas interpretações, mas que aqui ficou bom. O filme tem também a presença de Paula Patton, que incrementa as tramas da película, mas que não passa muito disso. David Spade é o típico perdedor coadjuvante e nada além disso, apesar de não comprometer a trama, está ali por ser amigo pessoal de Sandler. Mesmo assim o diretor Steve Brill (A Herança de Mr. Deeds) consegue nos entregar um filme prazeroso de ver e consegue dar uma nuance diferente para Adam Sandler interpretar seu personagem.
Recomendo o filme por trazer um novo fôlego para a combalida carreira de Sandler e por nos trazer valores que devem ser lembrados sempre.
trailer