Todos que acompanham o blog sabem que gosto de fazer matérias longas, com bastante detalhes e curiosidades. Também sou bastante eclético, percorrendo os universos de action figures, séries dos anos 80, tokusatsus e tudo mais que todo bom apreciador nerd gosta. E vou confessar, devo grande parte desse amor e curiosidade pelo mundo do entretenimento a uma antiga revista chamada Herói, que nesse ano completa vinte aninhos de existência. Por isso, hoje dividirei com vocês um pouco da experiência de ter acompanhado o lançamento e a trajetória dessa tão importante publicação voltada para o público nerd brasileiro. Follow me boys and girls.
Lembro até hoje do sucesso que a série Cavaleiros do Zodíaco fez ao ser transmitida pela saudosa Rede Manchete, no início dos anos 90. Recordo que no colégio não se falava em outra coisa. Todos queriam saber quem eram aqueles guerreiros que apanhavam mais que bife de carne de segunda, mas que, no final, com muita força de vontade, conseguiam vencer todas as batalhas. Naquela época toda criança (e também adulto) tinha curiosidade em saber mais sobre sua série ou desenho preferido, porém, sem maiores informações, ficávamos apenas no campo da especulação, o que gerava todo tipo de teoria mirabolante nas conversas durante os intervalos das aulas. As informações oficiais eram escassas e muitas vezes erradas. Quem não lembra do boato de que o Jaspion era brasileiro? Isso pode parecer estranho para a nova geração, acostumada a descobrir tudo em um simples clique do celular, tablet ou computador. Mas naquela época a internet era apenas um sonho distante e a informação algo raro e privilegiado. Isso até a chegada da revista Herói nas bancas de todo o país.
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| Toda informação que se precisa na época |
Fiquei bastante surpreso ao ver aquela revista estampando a imagem do cavaleiro Seiya entre os gibis do Homem-Aranha e do Capitão América. Comprei na hora para ver do que se tratava. Meu Deus, quanta informação legal invadiu minha mente naquele dia, matérias sobre os Cavaleiros do Zodiaco, Spawn (na época era legal), Batman, Super Sentais e tantos outros. Nunca mais parei de comprar, virando leitor assíduo. Quem não lembra da histórica edição nº 10, através da qual, assim como eu, acredito que a maioria teve seu primeiro contato com a linhagem dos Kamen Rider, a história dos Sentais e principalmente toda a verdade sobre os Power Rangers, até então salvadores da pátria. Tempos depois a revista virou "Herói Gold", afinal era uma publicação mutante e tinha que evoluir juntamente com as matérias e curiosidades que trazia em seu interior. Essa foi apenas a primeira transformação da revista, que mudou diversas vezes de formato e periodicidade, porém nunca perdeu a qualidade, aliás, até hoje passo trabalho para preservar uma edição especial com quase meio metro quadrado de tamanho (!!!). Durante seu auge, a revista teve inúmeros clones pipocando nas bancas (nenhum com o mesmo sucesso), e ela mesma teve spin-offs, como a Herói Games e o álbum de figurinhas Herói. A revista foi o grande embrião de todos os sites de entretenimento brasileiro que conhecemos atualmente, pois tinha de tudo: boatos que nunca viriam a acontecer (quem não lembra da capa anunciando o encontro do Batman de Val Kilmer com o Superman de Dean Cain?), matérias complexas, novidades do cinema, tv e quadrinhos, tudo exatamente como estamos acostumados a acompanhar hoje em dia em um milhão de sites na internet.
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| Herói 10 |
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| Álbum de figurinhas |
A revista Herói foi publicada pela Editora Conrad (no começo conhecida como Acme, em parceria com a Nova Sampa), e apareceu - com alguns períodos de hiato - durante 12 anos nas bancas de todo o país. Alguns nomes conhecidos colaboraram com a revista durante seu reinado nas bancas: André Forastieri, Rogério de Campos, Marcelo del Greco, Alexandre Nagado e Odair Braz Júnior, para citar apenas alguns. Infelizmente a revista parou de ser publicada fisicamente a alguns anos, porém, os editores e colaboradores continuaram o seu legado através do site Herói, trazendo notícias e matérias diárias da mesma forma que faziam nas revistas.
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| Sempre em evolução |
Sou feliz por ter acompanhado toda a trajetória da Herói nas bancas e na internet. Em Março de 1995, tive uma carta publicada na edição 19, isso é motivo de orgulho para mim, pois mesmo que minimamente, sinto que contribuí com a história da revista. Longa vida à Herói, e que venham mais 20 anos de entretenimento e informação nerd.
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| Scan cortesia: Matheus Mossmann (Dynablack) |
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