Coleção em Ação: Crítica: Kamen Rider x Super Sentai x Space Sheriffs

Aviso aos navegantes: Essa crítica contém spoilers!

No ano de 2012 fomos pegos de surpresa com o anúncio da Toei, de que iria produzir o filme Super Hero Taisen no Japão. Sempre imaginamos como seria um crossover dos Super Sentai com os Kamen Riders (apesar de ter visto um "esboço" disso com KR Decade e os Shinkenger). Quando o filme estreou em Abril de 2012 e os primeiros reviews começaram a chegar do Japão, todos aqui no Brasil ficaram com um pé atrás com essa ambiciosa produção.
Acredito que como eu, a maioria dos brasileiros teve que esperar até outubro do mesmo ano, para poder dar sua própria opinião sobre o filme. E confesso, apesar do lado Fanboy ter sido (em partes) saciado, fiquei frustrado com o "fiapo" de história (que revelação "vilanesca" foi aquela no final?!), direção sofrível e, principalmente, desperdício de personagens que todos crescemos adorando. Como momento marcante, posso citar a parceria Kamen Rider Black e Maskman. Enfim, o tempo passou e ficamos no aguardo de uma possível continuação que pudesse redimir a Toei.

E como esperado, ela veio, agora com o acréscimo dos Metal Heroes no liquidificador. A cada foto ou anúncio, a ansiedade aumentava. O filme Kamen Rider x Super Sentai x Space Sheriff: Super Hero Taisen Z foi lançado este ano no Japão e novamente dividiu opiniões. Não foi muito bem nas bilheterias japonesas, ficando apenas em 3º lugar no seu final de semana de estréia. Agora em outubro a continuação também foi lançada em Blu-ray e DVD, e graças a esse lançamento pude assistir o filme e deixado para vocês minhas impressões sobre ele.

O filme inicia com estranhas manifestações de magia, através de portais que aparecem pelo mundo (leia-se Japão) lançando pessoas de forma aleatória pelo tempo/espaço. Harutô Soma, o Kamen Rider Wizard aparece e sem muita delonga é colocado em rota de colisão com o Gavan atual, Geki Jumonji. Este acusa Wizard e seu parceiro Beast, de estarem iniciando a destruição do universo com sua magia. Todo mundo pra trás que agora o pau vai pegar! E como em todo bom crossover, os dois heróis lutam, até que Wizard salva uma criança de ser atingida por destroços decorrentes da batalha. Em outro lugar Yoko, a Yellow buster encontra um misterioso ser (que parece uma mistura de pato com bola de boliche) vindo do espaço. Yoko leva o pequeno robô até a base dos Go-Busters, onde é consertado. Mesmo sem memória, consegue lembrar que seu nome é Psyclone e anuncia que vilões estão querendo conquistar o universo (como se não tentassem isso umas três vezes por semana). Vemos então Geki Jumonji/Gavan retornando para a sede da Federação Galáctica de Polícia, onde confronta um irreconhecível Retsu, o Gavan original, alçado à comandante desde o último filme. Geki tenta explicar que Wizard e Beast não são culpados pelo uso de magia ruim que ameaça o universo, e pede mais tempo para investigar melhor (como qualquer bom policial faria), porém Retsu se mostra irredutível e ordena a destruição dos Riders. Com a negativa de Geki, este é sumariamente despedido, vindo a iniciar uma investigação por conta própria. Ao longo da trama, vemos a entrada de diversos heróis, entre eles, GokaiSilver, Sharivan, Kyoryuger, Gokaiger, Kamen Rider Fourze e diversos outros, que auxiliam Gavan e Kamen Rider Wizard na missão de defender a terra e o universo. Também é revelado que o misterioso uso de magia destrutiva é culpa do Império Shocker, agora renascido como Space Shocker, e tome monstro bucha levando bordoada dos heróis que entram e saem de cena num piscar de olhos. Também vemos o renascimento da Madou (ou Mad para nós brasileiros), antigo império inimigo de Sharivan, agora incorporados ao Space Shocker. A história é conduzida para uma luta final entre os heróis e os monstros da Space Shocker/Madoe, entrando aí tudo que nós, fãs de Tokusatsu, adoramos: sacrifícios, reviravoltas, chegada de novos heróis em momento crucial, luta de robôs gigantes e por fim a restauração da paz e confraternização de heróis.

Vamos aos pontos fracos; O ator que faz o novo Gavan realmente não tem carisma algum, além de carregar o fardo de um herói tão icônico, substituindo o excelente Kenji Ohba/Retsu, ainda consegue atuar tão bem quanto uma porta. O diretor Osamu Kaneda, especialista em destruir filmes com excelente potencial, novamente não se sai bem, dirigindo cenas de luta aquém do esperado e deixando cenas que poderiam ser fáceis de entender, confusas. Uma coisa que me desagradou um pouco, foi o desperdício de vários heróis que apareceram, quase que entrando e sumindo sem explicação e a falta de um personagem realmente principal. É um entra e sai que irrita as vezes. A falta de cuidado com alguns dubladores, uso idiota dos Gokaiger no filme e principalmente, a intransigência e o desdém de Retsu para com a Terra, contrariando tudo que o mesmo fez em sua própria série.

Quanto aos pontos fortes, podemos citar; O uso mais moderado de heróis, tirando aquela poluição visual e desperdício do primeiro filme. A trama um pouco melhorada. A aparição dos Flashman, trazendo saudosismo para os fãs da era Manchete. O sempre onipresente Shadow Moon, aqui melhor utilizado, também a sempre grata presença de Hikari Gai, o Gokaisilver e o respeito pela cronologia (apesar do uso de Keys sentais pelo Gai), como na conversa entre Fourze e Inazuman. A sempre forte presença de Akaranger e Kamen Rider Ichigo e a inédita formação das naves dos Space Sheriffs.

Existe também um Easter Egg legal no final do filme. Um teaser de uma vindoura produção do herói Kikaider (até agora nenhuma novidade).

Para concluir, acredito que posso dar uma nota 7,0 para o filme, não sendo ainda um sonho de consumo para os fãs, porém muito melhor que o primeiro. Caso ocorra o anúncio de um 3º filme em 2014, espero que a Toei volte a acertar a mão como em Gokaiger: 199 Hero Great Battle, para mim um dos melhores filme de homenagem aos Tokusatsus. E pra não contrariar o nome do blog, fiquem com algumas imagens de Toys dos personagens do filme.