Relembrando: Sectaurs, Guerreiros de Symbion

  Quero compartilhar com vocês, uma lembrança de infância. Sabe aquilo que fica guardado em nosso subconsciente e de repente, com uma simples imagem, imerge, nos trazendo uma súbita nostalgia? Pois bem, esses dias estava lendo, novamente, o livro Animaq, enciclopédia brasileira sobre animações, escrita por Paulo Gustavo Pereira (e que farei uma resenha qualquer dia). Estava na sessão dedicada aos desenhos dos anos 80 - meus preferidos - quando me deparei com a breve sinopse do desenho "Sectaurs".
Como dito anteriormente, minha memória foi "vasculhada" e lembrei de quando era pequeno, de um desenho estranho,  sobre um planeta, também estranho, que me fascinava. Era algo fora dos padrões, pois tanto os mocinhos, quanto os vilões, eram homens-inseto, e geralmente batalhavam montados em insetos gigantes. Lembrei também, que eu tinha alguns brinquedos (hoje action figures) desses personagens. Inclusive batalharam inúmeras vezes com meus Comandos em Ação, porém, como eram maiores, os Comandos sempre pediam apoio para os "bonecos" da coleção do Rambo. Enfim, com minha, agora reavivada, memória, resolvi ir atrás de mais informações sobre esse fascinante desenho e também seus bonequinhos  action figures, para poder compartilhar com vocês.

Príncipe Dargon

Dargon e Dragonflyer

Dargon vs Spidrax

  Indo atrás de informações, descobri algumas curiosidades interessantes. O desenho foi produzido em 1985 pela Ruby Spears, e teve (pasmem!!!) apenas 5 episódios produzidos. Ao contrário da maioria dos desenhos, Sectaurs fez sua primeira aparição como uma linha de brinquedos, sendo produzida pela Coleco nos EUA, e Mimo no Brasil. Segundo pesquisei, as vendas iniciais foram fracas (também, quem em sã consciência compraria homens-insetos para seus filhos?) e a Coleco, pra não ficar no prejú, fez um acordo com a Ruby Spear para produzir a animação. Aqui no Brasil, Sectaurs foi exibido pelo canal do homem do Baú, o SBT, e devido a, já conhecida, picaretagem do canal, tínhamos a impressão de que não eram apenas 5 epísódios, mas uns 50, de tanto que eram exibidos à exaustão e de forma aleatória. Outra curiosidade sobre Sectaurs, foi que teve mais propagandas da linha de brinquedo, do que desenhos produzidos. Uma explicação para não terem continuado com os desenhos, foi de que, além de uma história complexa, era muito sinistro, e trazia medo para as criancinhas da época (não lembro de ter sentido medo). O que não dá para entender, é que, segundo fóruns gringos, o desenho fez sucesso, alavancando a venda dos brinquedos, e incentivando a criação de HQs (pela Marvel!!!), álbuns de figurinha, livros, e se bobear até caneca e pantufa dos Sectaurs (já pensou você com uma pantufa de inseto?).

É o Mentor, do He-man? Não, é o bigodudo Pinsor

  A trama do desenho era a seguinte, em um planeta muito distante, chamado Symbion, cientistas humanos (não me perguntem como humanos foram parar lá!) realizavam experiências em prol da população, porém, algo sai errado (cagada de alguém). O planeta entra em colapso e a maioria morre. Os que sobrevivem, transformam-se em seres, metade homem, metade inseto. Outro efeito colateral, os insetos, antes pequenos, tornam-se grandes (insetos pequenos não venderiam bem, acredito). Essa nova raça é divida em duas, os seres do Reino da Luz, liderados pelo príncipe Dargon, e os Mutantes (como se todos não fossem), liderados pelo terrível Spidrax. Todos os heróis e vilões, tinham uma ligação telepática com os, já referidos, insetos gigantes, os quais serviam de montaria. Esses insetos eram - criativamente - chamados de Insectóides. Os cinco episódios produzidos, focaram na batalha inicial entre as duas facções de insetos. Cronologicamente, a série teve continuidade nos quadrinhos da Marvel, onde foram produzidos oito revistas (tá bom, foi pouco). 

Álbum de figurinhas, lançado no Brasil pela Abril

Quadrinhos da Marvel

  O caso é que o desenho e, principalmente, as action figures, fizeram relativo sucesso, tanto nos EUA, quanto no Brasil. Lembro que eram muito bem produzidos, as cartelas vinham com mini-comics. Descobri que a Meco só lançou os bonecos avulsos aqui no Brasil, nunca tendo lançado os insetos gigantes (Dragonflyer, Spiderflyer, Trancula e Battle Beetlee) os insetos, inclusive, eram "flocados", ou seja, tinham pêlos "de verdade", o que era muito legal! Outra coisa, enquanto, os bonecos da versão americana, eram pintados com uma tinta metálica, aqui foram pintados com tinta normal mesmo. Apesar disso, lembro que eram bonitos. Os personagens também tinham diversos acessórios, o que era muito legal pra criançada da época, porém, um terror para os colecionadores de hoje em dia, que gostam de ter seus itens completos. Sectaurs, ao contrário de muita "bomba" que tem por aí (tô parecendo o Faustão), nunca foi lançado em DVD, nem nos Eua e muito menos, no Brasil. Uma pena, pois merecia ser revisto com qualidade. 

Abertura brasileira da série

  Bom pessoal, fico por aqui. É sempre legal reavivar nossas memórias de infância, e mais divertido ainda compartilhar isso com vocês. Fiquem com algumas imagens dessa, tão curiosa e interessante, coleção.